A inteligência artificial que faz imagens artificiais e vai te surpreender!
Por Redação
04/08/2022, 10h
Você sabia que existem imagens criadas por inteligências artificiais? Pois é! Essas inteligências artificiais criam imagens artificiais novas, a partir de frases descritivas, feitas pelo usuário. E não para por aí: é possível também modificar imagens já existentes e até criar novas, baseadas em um exemplo.
Tudo isso com a Inteligência Artificial DALL-E 2, que tem como princípio de funcionamento o machine learning: a partir de muitos dados, a IA é treinada para reconhecer padrões e reproduzi-los. Isso significa que se a base de dados não tiver legendas o suficiente para um objeto, o DALL-E terá dificuldades em reproduzi-lo.
O DALL-E 2 é uma evolução do DALL-E, criado anteriormente, no ano passado, em 2021. Esse upgrade apresenta melhora na reprodução e na qualidade das imagens. Por enquanto, o DALL-E 2 ainda é fechado ao público, com acesso restrito a convidados inscritos na plataforma OpenAI.
Tem muita gente fazendo um excelente uso das imagens! A creator Karen X criou um clipe para Feeling Good, da Nina Simone, com ajuda do DALL-E 2. Ela foi digitando alguns trechos da canção e completando outros. O resultado ficou incrível e você pode conferir no instagram, clicando aqui!
Mas… Como é que tá todo mundo usando, então?
O que está rodando por aí é um DALL-E não oficial, chamado de DALL-E mini. O princípio da ferramenta é o mesmo: texto convertido em imagem, mas a qualidade dos resultados é bem mais simples do que o DALL-E oficial e a ferramenta tem código aberto.
O DALL-E mini e o DALL-E vem divertindo a galera. Se você quer dar boas risadas, acesse páginas especializadas em coletâneas das criações nas IA, por aqui.
Enquanto esperamos o desenvolvimento e amadurecimento da plataforma DALL-E 2, nos divertimos com as montagens e criações do pessoal, torcendo pra essa tecnologia ter bons usos e aplicações.
Mas… Essa questão pode ficar complicada. Para reflexão:
Pensando no trabalho do profissional de design, as máquinas de IA criadoras de imagens artificiais são uma incógnita. Muitos desdobramentos diferentes podem acontecer nessa história, desde empresas substituindo trabalho das pessoas por IA, IA trabalhando a serviço dos designers, até designers ganhando porcentagem de lucro em artes desenvolvidas pela IA, que foram baseadas em suas artes.
Muito se tem falado sobre profissionais não ficarem presos às ferramentas, que o que verdadeiramente importa não são elas, mas o “saber fazer design”. Acreditamos que aqueles que colocam todo o seu crédito e confiança nas ferramentas já estão ultrapassados por quem realmente sabe o valor da profissão e do processo de design.
Algumas pessoas veem a inteligência artificial como um “roubador de empregos”, mas, ao olhar para o lado promissor, é possível notar o que essa nova tecnologia poderá proporcionar: essa IA pode ser uma ferramenta útil para os profissionais de criação. Inclusive, Thomas Friedman, colunista do The New York Times, propõe isso ao dizer que “é preciso encontrar uma forma de transformar a inteligência artificial em assistentes artificiais, que possam ajudar os trabalhadores.”
Estamos prestes a ver um futuro onde as pessoas indagaram “porque contratar um artista ou um designer para criar se posso utilizar a IA que é muito mais barata?”. Esse pode parecer um problema novo, mas não é. Algo parecido já aconteceu quando as câmeras fotográficas foram inventadas e a população artista imaginou que esse seria o fim da arte. Contudo, a arte não acabou e inclusive evoluiu para algo que nunca foi pensado antes (surgiram movimentos como o surrealismo, por exemplo).
Um ponto crucial para a discussão é que apesar da IA ser capaz de criar imagens incríveis, ela não consegue fazer isso por si mesma, porque depende que alguém descreva o que precisa ser feito. Ou seja, ainda se faz necessário a mão de um criativo por detrás para fazer toda a parte do processo de criação que a IA não é capaz de fazer. Além disso, ela cria as imagens a partir de bases já previamente cadastradas em seu sistema, o que ainda torna necessário o trabalho de designers e criativos.
Mas, nessa ideia, pensando que essa Inteligência Artificial utiliza artes prontas para criar novas, qual a linha divisória entre inspiração e plágio, considerando obras já feitas anteriormente por outros artistas? O artista receberia uma porcentagem do lucro gerado pela imagem em IA, quando sua arte fosse utilizada como base? Esse sistema de trabalho seria sustentável e vantajoso para ambas as partes?
Enfim, pensar sobre o futuro é desafiador. Muitas vezes sentimos até mesmo um frio na barriga, mas momentos como esses servem para mostrar a capacidade humana que nenhum outro animal tem: estamos sempre dispostos a nos adaptar e encontrar soluções inéditas.
Você já conhecia essa IA? Já tinha pensado a respeito das questões que levantamos?
Confira outras matérias de nosso blog clicando aqui!